19/04/2024 - Edição 540

True Colors

Roupas sem gênero quebram estereótipos de feminino e masculino

Publicado em 18/07/2017 12:00 - Carina Brito

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Quem inventou que homens não podem usar vestidos e que mulheres precisam se vestir de um modo “feminino”? Não é sempre que nos identificamos com o jeito de vestir imposto por causa de nosso gênero. Buscando lutar contra esses estereótipos, Paola Penna e a namorada Larissa Rodrigues decidiram abrir a própria loja online de roupas sem gênero.

As roupas sem gênero quebram um estereótipo de como homens e mulheres devem se vestir, uma vez que não são direcionadas a nenhum específico (masculino ou feminino). A ideia de abrir uma loja de roupas sem gênero surgiu quando a Paola e a Larissa perceberam que não se encaixavam em um padrão de feminilidade e não conseguiam encontrar lojas que quebrasse esse estereótipo.

Seguindo essa vontade de fazer peças para ambos os gêneros, elas buscam neutralizar uma possível diferença corporal entre homens e mulheres. “Nem toda mulher tem corpo 'feminino' e nem todo homem tem corpo 'masculino'", explica Paola.

Como o público-alvo são jovens que fogem dos estereótipos, a loja teve mais respostas positivas do que negativas. Mas, apesar disso, algumas pessoas ainda sentem dificuldade em entender a proposta das duas. “Os tradicionais ainda têm a rigidez de compreender críticas feministas e de identidade de gênero”, diz Paola. “Há um preconceito imenso em torno dessas questões, mas acredito que o cenário está mudando”.

Azul x Rosa

De acordo com Paola, as cores não estão ligadas ao gênero e, quando elas criam uma peça de roupa rosa, isso não significa que ela foi feita para uma mulher vestir. “Essa divisão de cores entre os sexos vem de um discurso sexista”, afirma.

Mas, apesar de rosa ser atribuído a mulheres e azul para homens, as mulheres costumam usar peças azuis sem receberem muitas críticas. Quando se trata dos homens, utilizar uma camisa ou uma calça rosa ainda é algo que gera piada. “Na concepção de um machista, isso inferioriza ele como homem e o categoriza como ‘feminino’”, explica Paola.

A ideia da dupla é quebrar estereótipos e dar mais liberdade quando o assunto é escolher roupas e estilos. Para elas, abrir uma loja foi uma maneira de desafiar os padrões impostos e ver transformações na sociedade. 

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Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


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